Páginas

28 fevereiro 2010

Respeito...

A Missão das Ovelhinhas


Em um pequeno sitio, viviam varios animais: um cavalo, um burro, uma vaca, um galo e algumas galinhas, e tambem um carneiro, uma ovelha e seu filhote, que haviam sido comprados ha pouco tempo.

Seu jose, o dono do sitio, cuidava muito bem de seus animais. Ele sabia que cada um era muito importante para o sustento de sua familia.

Os animais conversavam entre eles. Cada novidade, la no sitio, ja era motivo para muitos comentarios e eles acabavam, quase sempre, falando da vida dos outros. Somente os carneiros nao entravam nessas conversas.

Cada um se julgava melhor do que o outro:
- So nos pomos ovos! - dizia uma das galinhas.
- Ora, sem meu leite as criancas passam fome - retrucava a vaca.
- Se nao fosse eu - falava o cavalo - nosso dono teria que andar a pe.
- Bem - dizia o burro, levantando as orelhas - se eu nao puxar o arado aqui ninguem come!
Olhando para os carneiros, o burro completava:
- Piores sao os carneiros, que nao servem para nada! So comem o dia todo, nao poem ovos, nao dao leite, nao cantam e tambem nao trabalham!
- Eta familia folgada! - dizia a vaca.

Um dia, o carneiro ouviu o que diziam de sua familia. Muito triste, foi para perto de sua mae e perguntou:
- Mamae, nos, os carneiros, nao servimos para nada?
Carinhosamente, sua mae respondeu:
- Filho, Deus criou a Terra, o Sol, a agua, as plantas, os homens, os animais. Tudo foi feito de uma forma tao perfeita, que nao existe nada no mundo que nao tenha o seu valor. Todos precisamos uns dos outros.


Neste momento, o burro, que era muito curioso, ja estava ali, com as orelhas em pe, escutando a conversa e ouviu o carneirinho dizendo:
- Mamae, que nos dependemos da agua, das plantas, do sol, eu ja sei. Eu so nao sei para que servem os carneiros. Eu nao quero ser inutil.
Quando sua mae ia explicar, chegou seu Jose. Ele pegou o carneiro e a ovelha e levou-os para o galpao que ficava ali perto. O carneirinho ficou aos berros. Desesperado, ele gritava:
- Mamae! Papai! Voltem! Voltem!
Todos os animais ficaram olhando. Entao, o cavalo falou:
- Bem que o burro disse que eles eram inuteis...Devem ter sido vendidos...
- Nao fale assim perto do filhote, coitadinho...certamente tera o mesmo fim... - disse a vaca.
O burro, que tinha ouvido a conversa entre a mae e o filhote, falou:
- nao sei, nao, acho que nos estamos errados. Eu ouvi uma conversa que me deixou curioso, e melhor esperar para ver o que acontece.
Depois de algum tempo, o carneirinho ainda chorava, chamando por seus pais.

De repente, a porta do galpao se abriu.
Todos os animais olharam para ver o que tinha acontecido.
De la de dentro sairam o carneiro e a ovelha, totalmente pelados. Magros, sem seus pelos, foram imediatamente para perto do filhote.
No pasto, gargalhada geral. Todos falavam e riam ao mesmo tempo:
- Olhem so, como sao magrinhos! Pareciam ser tao grandes...
- Que horror! Pelados!
- Nunca vi coisa tao feia!
O burro, entao, falou:
- Parem de rir! Vamos la para saber o que aconteceu.
O carneirinho assustado, nao parava de perguntar:
- O que foi isso? Por que voces estao assim?
Cade o seu pelo fofinho, mamae? Papai, voce nao esta com frio?
- Calma, meu filho - disse a mae. - Nos estamos bem. Pare de chorar, que eu vou lhe contar tudo.

Ouvindi isso, os animais, que ja estavam perto, ficaram quietos para ouvir, pois tambem queriam saber por que os dois estavam sem pelos.
- Filho - disse a mae - nos, os carneiros, tambem temos utilidade. Damos a nossa la e com ela que os homens fazem agasalhos e cobertores que os protegem do frio.
Muito feliz, o carneirinho falou:
- Entao, nos tambem somo uteis!
- Claro, meu filho! Nosso pelo vai crescer novamente e sera cortado muitas vezes e, assim, estaremos sendo sempre uteis.
- Mamae, nos somos mais importantes que os outros?
- Nao, meu filho. Somos todos filhos de Deus. Cada um de nos e muito importante no ciclo da vida.

Os outros animais perceberam o quanto estavam errados. Entenderam que cada um tem a sua utilidade e que tudo na natureza tem muito valor. Pediram desculpas ao carneiro e a ovelha e, daquele dia em diante, passaram a se respeitar e viveram muito felizes.

Ana Alice Volk